quinta-feira, 13 de março de 2014

Brincadeira do tempo

Por esses dias relembrei como é andar de bicicleta, me senti uma menina novamente. A velocidade, o vento, o controle... Depois das batidas nas paredes, das quase quedas, do reaprender. Depois de muito tempo, eu sentei em uma bicicleta sem pensar em nada, muito menos na dor que eu ia sentir depois, mas o prazer valeu a pena. Na verdade, eu pensei, enquanto passava pelas pessoas, que elas fossem mais rápidas, ou não ficassem na minha frente, deveria ter articulado melhor isso e posto "ciclista em treinamento" na testa. Isso sim ajudaria. Bem sei eu que se visse esse escrito na testa de alguém não ficaria por perto. Experiência própria.
Mas é bom, eu não posso voar, então eu ando de bicicleta. Dá um friozinho só de pensar de noite que a manhã já está chegando e eu logo irei andar novamente. Friozinho de excitação e medo.
De repente se tem medo das coisas mais bobas da vida, em momentos menos propícios, faz perceber de que quando se é criança você é A destemida, O corajoso. Você é mais, porque tudo pra você passa muito rápido, o que estranhamente dá uma sensação de duração enquanto está ocorrendo, e não se está nem ligando para o que está fazendo, só fazendo. E são as coisas que só fazemos que mais persistem, não consigo me lembrar de uma coisa que "só fiz", há muito que não me permito isso, e é por isso que eu esqueço, porque por mais dimensão que as coisas ganhem, quando tudo é tão calculado, como um cálculo, logo também é esquecido.
Eu quero só fazer muitas coisas nessas férias, porque me esqueci de ser criança, e pra não esquecer mais eu venho anotar aqui.

domingo, 8 de maio de 2011

Não me interrompa ou perco a linha de pensamento.

Fico pensando, às vezes, o que essa memória fraca já não me fez passar. Uns bons bucados, devo dizer, com meus amigos, familiares, professores do colégio. Porque com certeza eles não entendem que simplesmente esquecemos, quando estão pensando nas notas baixas que me darão.
Mas aí, o muito que essa memória também já me salvou de relembrar, mesmo que por um curto período de tempo. Porque esse tipo de coisa, os piores, são os mais difíceis de esquecer, mesmo se você tem uma memória falha assim... Recompensando com aqueles dias maravilhosos, que faz você pensar que se parar de pensar nele se perderá para sempre.
"Memória é como o ventre da alma..."; "Livro é como um jardim..."; "Música é como jeans..."; é com essas comparações que eu vou ficando, aos poucos...
Contando-as, claro, porque se não esqueço.
E quando se compartilha, você pode ter sempre aquela pessoa para lhe ajudar a relembrar. Seja numa tarde fria tomando chocolate quente, na livraria em meio às estantes com aquele cheiro tão familiar, ou em um blog.

Raquel Oliveira.