quinta-feira, 13 de março de 2014

Brincadeira do tempo

Por esses dias relembrei como é andar de bicicleta, me senti uma menina novamente. A velocidade, o vento, o controle... Depois das batidas nas paredes, das quase quedas, do reaprender. Depois de muito tempo, eu sentei em uma bicicleta sem pensar em nada, muito menos na dor que eu ia sentir depois, mas o prazer valeu a pena. Na verdade, eu pensei, enquanto passava pelas pessoas, que elas fossem mais rápidas, ou não ficassem na minha frente, deveria ter articulado melhor isso e posto "ciclista em treinamento" na testa. Isso sim ajudaria. Bem sei eu que se visse esse escrito na testa de alguém não ficaria por perto. Experiência própria.
Mas é bom, eu não posso voar, então eu ando de bicicleta. Dá um friozinho só de pensar de noite que a manhã já está chegando e eu logo irei andar novamente. Friozinho de excitação e medo.
De repente se tem medo das coisas mais bobas da vida, em momentos menos propícios, faz perceber de que quando se é criança você é A destemida, O corajoso. Você é mais, porque tudo pra você passa muito rápido, o que estranhamente dá uma sensação de duração enquanto está ocorrendo, e não se está nem ligando para o que está fazendo, só fazendo. E são as coisas que só fazemos que mais persistem, não consigo me lembrar de uma coisa que "só fiz", há muito que não me permito isso, e é por isso que eu esqueço, porque por mais dimensão que as coisas ganhem, quando tudo é tão calculado, como um cálculo, logo também é esquecido.
Eu quero só fazer muitas coisas nessas férias, porque me esqueci de ser criança, e pra não esquecer mais eu venho anotar aqui.